RIO DE JANEIRO, RJ – ARTIGO – “Caso Juliana Marins: proteger viajantes é um dever global”
“A trágica morte da jovem brasileira Juliana Marins, que caiu em um vulcão na Indonésia e agonizou por quatro dias à espera de resgate, levantou uma dolorosa realidade: o turismo internacional ainda é, em muitos países, carente de medidas de proteção. É preciso, urgentemente, discutirmos sobre os direitos dos viajantes e acordos internacionais robustos sobre segurança em áreas de risco.
Como tantos jovens brasileiros, Juliana buscava uma experiência transformadora em meio à natureza. Mas a sua jornada terminou em uma sucessão de omissões, atrasos e falhas, o que levanta questionamentos sobre a capacidade do governo local e até o silêncio da comunidade internacional diante de situações como essa.
O turismo de aventura e o ecoturismo crescem exponencialmente, mas a proteçãoaos turistas não acompanha essa evolução. Quais países têm protocolos de resgate em áreas de difícil acesso? Quantos mantêm cooperação com as embaixadas estrangeiras em tempo real?
É necessário que organismos internacionais,como a ONU (Organização das Nações Unidas), promovam um pacto global de segurança turística, que inclua, além das medidas de proteção, comunicação com as embaixadas em caso de acidentes, treinamentos com apoio técnico e, em caso de negligência, responsabilizar as autoridades locais.
No caso de Juliana, o Estado brasileiro — por meio de sua diplomacia e da Bancada da Causa Animal no Congresso — tem cobrado explicações e assumido um papel de pressão. Mas não se pode depender de tragédias e da comoção pública para que protocolos se tornem regras.
Viajar é exercer um direito humano legítimo, que precisa ser garantido com dignidade, segurança e resposta eficaz em caso de riscos e infortúnios. Que a dor da família de Juliana não seja em vão e vire um ponto de partida para uma ação internacional concreta em defesa dos viajantes do mundo.”
Por Bruno Garcia Redondo - Doutor e Mestre em Direito, Professor da PUC-Rio e UFRJ, Procurador da UERJ e Advogado

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