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Domingo, 08 de Setembro de 2024

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ALEXANDRE BIANCHINI - DIRETOR PRESIDENTE DA ÁGUAS DO RIO

A empresa está responsável por boa parte das operações na capital Rio, além de 27 cidades fluminenses

ALEXANDRE BIANCHINI - DIRETOR PRESIDENTE DA ÁGUAS DO RIO
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AI ENTREVISTA 

A empresa Águas do Rio, vencedora de uma das concessões do governo do Estado que recentemente, transferiu para a iniciativa privada, por meio de uma das maiores privatizações já realizadas no país, a administração da Cedae, recebeu a equipe da Revista Acontece Interior® para uma entrevista exclusiva. A empresa está responsável por boa parte das operações na capital Rio, além de 27 cidades fluminenses.

Acompanhe:      

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  • No sentido pessoal e profissional, como é assumir um gigantesco desafio como esse de estar à frente das soluções de saneamento, de grande parte da cidade do Rio e de outros 26 municípios?

Alexandre Bianchini: este é um grande desafio pessoal e profissional. Estamos falando da operação dos sistemas de água e esgoto de 27 municípios, atendendo aproximadamente 10 milhões de pessoas. Isso gera muita responsabilidade, mas também um orgulho enorme por liderar um time de profissionais muito competentes e dedicados a contribuir na transformação do nosso estado. Uma de nossas principais missões é prestar serviços de saneamento básico com qualidade, eficiência técnica e econômica e respeito ao meio ambiente, contribuindo para a saúde da população e para o desenvolvimento sustentável. Sabemos da importância do nosso trabalho e assumimos o protagonismo na recuperação ambiental na Baía de Guanabara e na Bacia do Rio Guandu, uma vez que iremos tratar o esgoto que hoje é despejado diretamente, por exemplo.  Além disso, nossa história será construída em outras frentes, como a geração de emprego, valorizando a mão de obra local e a diversidade de nossa população. Estamos chegando para ficar e transformar realidades, e queremos inspirar pessoas e instituições, pois sabemos que não será possível fazermos tudo sozinhos.

  • Qual é a estrutura da Empresa Águas do Rio?

Alexandre Bianchini: A Águas do Rio é a mais nova concessionária do grupo Aegea, que é uma empresa brasileira, de capital aberto desde 2014, e que tem como acionistas o grupo Equipav (70,72%), o Fundo Soberano de Singapura (19,08%) e a Itaúsa (10,20%).A Aegea é líder no país no setor privado de saneamento básico, com 56% do mercado, presente em 153 cidades.

  • A empresa assumiu em 1º de novembro. Qual o diagnóstico que já se pode fazer das principais carências no sistema?

Alexandre Bianchini: Desde que a Aegea decidiu participar do leilão, iniciou os estudos sobre o panorama do saneamento básico nas cidades que participam da concessão. E quando vencemos este processo foi intensificado. Investimos em alta tecnologia e inteligência dos dados para o mapeamento dos sistemas de água e esgoto com a implantação do maior Centro de Operações Integradas do grupo Aegea. Inicialmente, houve um investimento de R$10 milhões para aquisição dos sensores de pressão da água, outros equipamentos e softwares, que irão impactar na eficiência operacional, na transparência das informações e na regularidade dos serviços prestados para milhões de fluminenses, transmitindo confiabilidade na operação e credibilidade aos clientes. Já são mais de mil pontos monitorados e seguiremos ampliando. Há uma demanda reprimida de muitos anos. No nosso primeiro dia de trabalho já iniciamos 100 obras a serem realizadas em curto prazo. Muitas pessoas já vão sentir a diferença no abastecimento de água. Mas há intervenções que exigem mais tempo, pela necessidade de obras maiores e mais complexas. Neste primeiro momento vamos recuperar todos os equipamentos que recebemos da Cedae, como reservatórios e Estações de Tratamento de Esgoto, por exemplo.

  • Quais as principias obras entre as 100 que foram iniciadas logo no primeiro dia de trabalho?

 Alexandre Bianchini: Temos obras em todas as 27 cidades de nossa área de concessão. No início, serão obras pontuais, de diferentes proporções, algumas atendendo cerca de 100 pessoas, e outras passando de 13 mil. A Águas do Rio entende que qualquer melhoria é relevante, pois cada pessoa é importante. Entre as obras iniciais, podemos citar a ampliação da rede de distribuição de água em São João de Meriti, que irá beneficiar mais de 13 mil moradores do bairro Vila União; a reativação de um reservatório em Itaboraí, possibilitando melhor abastecimento de água para cerca de 15 mil pessoas; além de melhorias em Paquetá, como a que vai ocorrer na Rua Venda das Pedras, beneficiando 65 moradores. De forma geral, vamos investir R$ 16,4 bilhões, em dez anos, para universalizar a água, e chegaremos a R$ 19 bilhões, em 12 anos, para o esgoto.

  • A empresa tem cronograma de investimentos na ordem de R$ 7bi nos próximos cinco anos. Quais são os principais?

Alexandre Bianchini: a Águas do Rio é responsável pelo maior investimento em saneamento básico no país - em torno de R$ 39 bilhões, sendo R$ 24, 4 bilhões em investimentos em água e esgoto ao longo da concessão e R$ 15,4 bilhões de outorga que serão pagas para os governos, que poderão investir em melhorias para a população. Do total de investimentos, R$ 7,2 bilhões serão empregados nos próximos cinco anos e R$ 1,2 bilhão vai para comunidades não urbanizadas na capital. Podemos destacar os R$ 2,7 bilhões para a construção de coletores de esgoto ao redor da Baía de Guanabara, que vão contribuir para a recuperação ambiental desse importante ecossistema, e a implementação de redes de coleta e tratamento de esgoto em Japeri e Queimados, contribuindo para a melhoria da água na Bacia do Guandu, principal fonte de abastecimento para a Região Metropolitana, com investimento de  R$645 milhões.

  • São duas realidades: na capital e no interior. Qual o planeamento para cada região, com relação às metas para se alcançar a qualidade na água e no tratamento de esgoto?

Alexandre Bianchini: Dividimos a área de concessão em seis superintendências regionais para que todos os clientes tenham uma gestão mais próxima, além de investimentos e planejamentos específicos. As metas do Marco Legal do Saneamento são universais, valem para todas as cidades do país. E o Rio de Janeiro partiu na frente, com a concessão do saneamento. Vamos cumprir os prazos e universalizar água em 10 anos e esgoto em 12.

  • Esse modelo de Concessão do saneamento público foi muito elogiado pelos órgãos de controle do Estado e também pelo Governo Federal. Na sua opinião, será possível conciliar o interesse da iniciativa privada com as necessidades socias dos serviços de água e esgoto, tão fundamentais para a sociedade?

 Alexandre Bianchini: somos uma empresa privada, mas saneamento básico é um serviço público. Temos o compromisso de transformar a vida daqueles que são invisíveis, dando acesso à água e ao serviço de esgoto tratado, criando oportunidades de emprego e investindo em educação de consumo consciente e preservação ambiental. Sabemos do desafio e contamos com expertise, tecnologia e sólida estrutura financeira para investir no saneamento básico. E acredito muito na parceria entre o público e o privado para evoluirmos na estrutura de saneamento básico em todo o país. Há um déficit gigantesco em todo o Brasil. Segundo o Instituto Trata Brasil, somente 52,36% da população têm acesso à coleta de esgoto, cerca de 35 milhões de pessoas não têm água de qualidade em suas casas e aproximadamente 100 milhões de brasileiros não têm acesso ao esgotamento sanitário. Ou seja, precisamos de investimentos públicos e privados para mudar este quadro.
 

  • E como fica a situação da Cedae após o leilão? A Águas do Rio será responsável por todos os serviços de água e esgoto?

Alexandre Bianchini: é importante esclarecer que a Cedae não acabou, ela segue operando em várias cidades do estado, e em algumas de nossa área de concessão, ela é responsável pelo tratamento da água.

  • E para a população de baixa renda? Há algum projeto direcionado?

Alexandre Bianchini: uma das principais ações é a ampliação do acesso a tarifa social. Isso porque a Águas do Rio entende as dificuldades da população de baixa renda e desde o primeiro momento definiu que irá além do percentual estabelecido pelo contrato das pessoas beneficiadas com essa tarifa especial. Hoje menos de 1% dos clientes é beneficiado com essa tarifa especial e contratualmente esse percentual deverá passar para 5%. No entanto, iremos além disso para que todos possam ter acesso a esses serviços essenciais. Além disso, a concessionária se compromete a apoiar projetos para melhorar os índices de desenvolvimento humano dessas localidades, com foco principalmente na geração de emprego e renda, inclusão social, educação e saúde. Isso inclui projetos de capacitação e seleção de moradores para vagas na empresa.

  • Quantos empregos a empresa vai gerar? As contratações já estão ocorrendo?

Alexandre Bianchini: o cadastro para candidatos a trabalhar na Águas do Rio está no site aguasdorio.com.br. Basta clicar em “Carreiras”, onde terão acesso a material sobre a empresa e poderão inserir seus dados. Nosso processo de seleção já está em andamento e vai resultar na contratação de mais de 5 mil funcionários. Temos como premissa a valorização da mão de obra local, com o intuito de que os profissionais atuem próximo as suas residências. Com a ampliação das obras de água e esgoto, a estimativa é de gerar 15 mil empregos indiretos.

Canais de comunicação da empresa: A concessionária responde mensagens pelo Whatsapp, pelo número 0800 195 0195, que também funciona como telefone. Pelo site www.aguasdorio.com.br . Redes sociais: Facebook aguasdorio; Instagram @aguasdorio; no Twiter @rio_aguas e no Linkedin aguas do rio. 

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