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Domingo, 27 de Abril de 2025

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RJ: REDE ESTADUAL DE ENSINO LEVA ESTUDANTES PARA AULAS PRÁTICAS EM UM DOS MAIS IMPORTANTES RIOS DO ESTADO QUE ABASTECE 2,5 MILHÕES DE PESSOAS

Projeto Guapiaçu já capacitou mais de 240 estudantes da rede pública que analisam a qualidade da água. São os jovens pesquisadores.

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RIO DE JANEIRO, RJ Alunos da Rede Estadual estão analisando a qualidade da água que abastece 2,5 milhões de pessoas / Da redação com fotos de Sandra Barros

Uma verdadeira sala de aula em meio a natureza aconteceu recentemente (24/10), para alunos do Ensino Médio da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro. Eles percorreram o rio Macacu, em Cachoeiras de Macacu, que fica no limite das regiões Metropolitana e Serrana do Rio, para analisar a qualidade da água da principal fonte para mais de 2,5 milhões de habitantes fluminenses.

Um grupo de 12 estudantes do Ciep 479 - Dr. Mário Simão Assaf, que fica em Cachoeiras, visitou três pontos importantes no curso do rio para coletar amostras hídricas e de microrganismos, a fim de notar a diferença na qualidade da água entre os pontos, mensurando assim a ação do homem na natureza.

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Por meio de bioindicadores como os macroinvertebrados, pequenos animais que vivem nos rios, os jovens pesquisadores começam a entender a degradação ambiental e a importância da preservação.

A aula externa faz parte do Programa de Monitoramento dos Recursos Hídricos, que é uma ferramenta de educação ambiental do projeto Guapiaçu, que desde 2017 já capacitou mais de 240 alunos de mais de 10 escolas da rede estadual para preservação e cuidado com o meio ambiente.

O projeto é executado em parcerias entre a SEEDUC, o Instituto de Ação Socioambiental e a Petrobras.

Na hora de pôr a mão, literalmente na água, equipamentos de proteção individuais são usados e o grupo se divide. Alguns alunos ficam responsáveis pela coleta nos rios, outros pelas anotações dos dados e demais pelas análises dos parâmetros, como explica a aluna do 2º ano, Gabriele Ramos (16 anos).

“A gente vê quem vai medir, quem vai coletar e quem vai analisar as espécies. Já temos um catálogo de cada uma delas para cada ponto do rio Macacu e fazemos a qualificação da água de acordo com as espécies que achamos. É uma nova perspectiva da natureza. Meu pai tem muito orgulho quando comento o quanto gosto de analisar o PH da água, o nitrito, o nitrato, a amônia e os bichinhos. O projeto me ajudou a decidir o que quero fazer, que é Direito, para me tornar uma advogada ambiental” contou a jovem.

Para conseguir interpretar os dados, os alunos passaram por um treinamento de 40 horas e foram habilitados para analisar parâmetros físicos, químicos e biológicos na água. A partir daí eles fazem a leitura da saúde ambiental de cada ponto previamente estabelecido, sempre um distante do outro.

Uma atividade que o estudante Guilherme Ferreira (17 anos), também do 2º ano, adora fazer.

“Quando saímos da sala pra ter essa prática nós aprendemos mais sobre a região, como, por exemplo, a análise dos microrganismos. A gente faz a classificação, dos mais tolerantes à poluição, que habitam águas sujas, aos menos tolerantes, que são encontrados em águas limpas e eu gosto de fazer isso. O projeto Guapiaçu é muito importante porque é por meio da educação que a gente muda o mundo. Eu não esperava ter isso em uma escola pública” disse o aluno.

O grupo também realiza atividades em sala de aula, mas é fora dela que o aprendizado dá um salto, como explica a professora de Biologia e membro do projeto Guapiaçu, Tatiana Horta.

“A atividade de campo vale por mais de 10 aulas em sala. Aqui, eles têm a chance de vivenciar aquilo que só veriam em fotos e isso é importante porque a educação ambiental vai além do conhecimento, é preciso sensibilizar os alunos e esse programa é uma estratégia muito eficiente nisso. Quando a gente faz o comparativo das amostras é possível perceber o impacto da ação do homem. Dessa forma, eles começam a ter um papel fundamental na proteção desses recursos”, afirma a docente.

Para o biólogo, Péricles Muniz, coordenador do programa e responsável pela análise dos recursos hídricos no projeto Guapiaçu, a parceria em prol do aprendizado é fundamental.

“Neste ano, estamos atendendo 125 alunos de quatro colégios estaduais de Cachoeiras de Macacu, que estão em fase final de treinamento. O objetivo é engajar a sociedade através das ferramentas de educação, parcerias com as escolas e monitoramento ambiental é indispensável, afinal, o rio Macacu é um dos mais importantes da nossa região. A rede estadual sempre foi nossa parceira no projeto, e agora, também ampliamos as aulas para alunos do Instituto Federal Fluminense de Maricá e de Itaboraí” disse o biólogo.

O resultado da análise de cada ponto investigado será apresentado em um seminário, em dezembro, pelas mãos dos próprios alunos do projeto. Com essas e outras ações e parcerias, o Governo do Estado do Rio, por meio da Secretaria de Estado de Educação, amplia o conhecimento regular dos estudantes, indo além da grade comum e das salas de aulas, preparando futuros profissionais e cidadãos preocupados com o meio ambiente.

 

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Secom Governo do Estado do Rio.
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