RIO DE JANEIRO, RJ Samba Campeão da Portela com fotos de Daniel Pinheiro
Uma das maiores festas do mundo, o Carnaval do Rio de Janeiro de 24, ainda demora um pouco.
Mas a Portela, já começou na noite de sexta, dia 06 de outubro e invadiu a madrugada de sábado, dia 07, a agitar os foliões, com bons motivos para encantar os portelenses.
Quem foi acompanhar a final do Samba da agremiação, que será levado para a avenida em 2024, dançou, se divertiu e acompanhou o que será defendido na avenida no ano que vem.
A escritora Ana Maria Gonçalves com seu romance, serviu de base para a escolha do enredo: “Um defeito de Cor” dos compositores (Bira, Vinicius Ferreira, Hélio Porto e André do posto 7, Jefferson Oliveira e Vanderlei Monteiro juntamente com Rafael Gigante)
Musa Portelense: Em noite que vale muito para as estrelas da Escola de Samba, Alice Alves não precisou se esforçar muito.
Ela foi um dos principais destaques da noite, se apresentando com um macacão que trazia 30 mil cristais e cerca de três quilos de búzios.
O roupa é do estilista Guilherme Alves e foi elaborada a partir de uma Rainha Africana. E como só a fantasia não segura uma grande estrela, Alice esbanjou muito samba no pé e simpatia.
A festa também serviu para comemorar seu aniversário, com direito a camarote exclusivo e bolo de três andares.
Há mais de 20 anos desfilando pela Portela, Alice é também embaixadora do carnaval fora de época de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Letra do Samba vencedor da Portela:
“O samba genuinamente preto
Fina flor, jardim do gueto. Que exala o nosso afeto. Me embala, oh! mãe, no colo da saudade. Pra fazer da identidade nosso dialeto.
Omoduntê, vim do ventre do amor.
Omoduntê, pois assim me batizou
Alma de Gege e a justiça de Xangô. O teu exemplo me faz vencedor. Sagrado feminino ensinamento. Feito águia corta o tempo. Te encontro ao ver o mar. Inspiração a flor da pele preta. Tua voz, tinta e caneta. No azul que reina Yemanjá.
Salve a lua de Bennin. Viva o povo de Benguela. Essa luz que brilha em mim. E habita a Portela. Tal a história de Mahin. Liberdade se rebela. Nasci quilombo e cresci favela Orayeye oxum, Kalunga!
É mão que acolhe outra mão, macumba.
Teu rosto vestindo o adê. No meu alguidar tem dendê.O sangue que corre na veia é Malê! Em cada prece, em cada sonho, nêga. Eu te sinto, nêga. Seja onde for. Em cada canto, em cada sonho, nêgo.
Eu te cuido, nêgo cá de onde estou. Saravá Keindhe! Teu nome vive! Teu povo é livre! Teu filho venceu, mulher. Em cada um nós, derrame seu axé.“
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