RIO DE JANEIRO, RJ Rodada de Entrevistas /Por Adriano Lizarelli – Jornalista - Editor especializado em Ciências Políticas com fotos divulgação
EXCLUSIVO: A Revista Acontece Interior® e Revista Acontece Interior Digital®,propôs aos três candidatos ao Governo do Estado do Rio, melhores colocados na média das mais recentes pesquisas de intenção de votos, a primeira Rodada de Entrevistas Exclusivas. Em resumo, as regras em condições de igualdade, eram para que eles respondessem às mesmas perguntas, ocupando os mesmos espaços e cumprindo os mesmos prazos. Os três aceitaram. O formado de diagramação decido pela Revista, proporciona a imediata comparação das respostas de cada um, a cada pergunta. É um debate de propostas e ideias impressas, e você eleitor, cidadão fluminense, decide o que fazer nas urnas em outubro. Essa é mais uma das contribuições da Revista Acontece Interior® e Revista Acontece Interior Digital®, que há 12 anos defendem e propagam um Jornalismo propositivo, positivo, ético e verdadeiro.
Qual a importância e papéis relevantes que o interior terá em um eventual governo do Senhor? Explique e exemplifique!
Claudio Castro: sempre digo que não existe Estado forte sem interior forte. Precisamos dar continuidade ao trabalho conjunto com os municípios, desenvolvendo suas vocações, trabalho que já começou e tem bons frutos. É importante fortalecer a vida de quem mora no interior, com mais saúde, emprego e infraestrutura, sem que haja a necessidade de deslocamento para grandes centros em busca de serviços públicos. Em parceria com as cidades do interior, criei o PactoRJ, o maior pacote de investimentos para retomada social e econômica do Estado, com R$ 17 bilhões em recursos. São melhorias na Educação, Saúde, Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura. No Sul do estado, por exemplo, obras importantes vão melhorar muito a qualidade de vida dos moradores, como o projeto de mobilidade urbana de Volta Redonda, orçado em R$ 140 milhões. Além da troca de 27 mil lâmpadas de sódio (amarelas) por LED, os recursos possibilitarão ainda uma revolução na estrutura viária.
Marcelo Freixo: meu pai nasceu em São Fidélis e deixou a cidade em busca de mais oportunidades na Região Metropolitano, indo morar em São Gonçalo. Eu quero que as famílias do interior tenham mais oportunidades para viver e prosperar em seus próprios municípios. O interior do Estado tem um potencial econômico enorme e é fundamental para o crescimento do Rio de Janeiro, o que falta é ação do governo. Nós vamos criar o Conselho de Novos Investimentos, liderado pelo meu gabinete, para fomentar a economia em parceria com o setor privado e centros de inovação e universidades, como a UFF que tem campus em Volta Redonda. O Conselho de Novos Investimentos terá um Comitê específico para cuidar do desenvolvimento do interior, articulando prefeitos e empresários locais e direcionando recursos para investimentos estratégicos. Dessa forma, vamos retomar o setor industrial no Sul Fluminense, que já tem uma base industrial com metalurgia e montadoras, além de excelente acesso rodoviário e ferroviário.
Rodrigo Neves: o interior é a grande riqueza do estado do Rio de Janeiro. É de onde sai o nosso alimento, onde a natureza está preservada, onde as pessoas têm a sabedoria de viver. O nosso interior precisa de um governador que olhe e trabalhe para o seu povo, e que não seja um mero segundo prefeito da capital. Em nosso governo o interior terá um papel central e imprescindível na geração de empregos e no desenvolvimento econômico. Levaremos aos municípios infraestrutura, ampliaremos o fornecimento de energia, trabalharemos para recuperar estradas e melhorar a logística de distribuição da produção. Daremos apoio governamental para recuperar o setor do petróleo e o setor têxtil, para alavancar os setores agropecuário e industrial, para ampliarmos o setor de Turismo, Lazer e Entretenimento. Tudo isso ajuda a desenvolver os setores de Comércio e Serviços, gerando mais empregos para a população do interior. Conheço bem o nosso interior, frequento as cidades e sei do potencial econômico de todas as regiões do estado, do Norte ao Centro-Sul, passando pelo Médio Paraíba, Noroeste, Costa Verde, Baixadas Litorâneas, que conhecemos como Região dos Lagos, e também a Região Serrana e a Região Metropolitana, que reúne cidades do Leste Fluminense e da Baixada Fluminense com características de interior, como Tanguá, Rio Bonito, Guapimirim e Seropédica. No nosso governo nenhuma cidade do nosso estado ficará esquecida.
Qual o diagnóstico que senhor faz hoje sobre a economia do Estado e o prognóstico para os próximos 10 anos, a começar por um eventual governo do senhor?
Claudio Castro: quando assumi a gestão, o cenário era crítico. Em 2021, o ano foi iniciado com um rombo de R$ 23 bilhões nas contas estaduais. Era uma fase de descrédito total. Apesar disso, comecei a trabalhar pela reorganização do estado. A responsabilidade da nossa gestão permitiu que as contas do governo tenham sido as primeiras aprovadas em oito anos pelo Tribunal de Contas do Estado, por unanimidade. Geramos empregos e devolvemos dignidade para o trabalhador, batemos recorde na abertura de novas empresas (foram mais de 70 mil em 2021) e recuperamos postos de trabalho perdidos durante a pandemia (346 mil vagas de trabalho desde 2019). As famílias enfrentam muitas dificuldades. Por isso, cortei na carne do Estado. Reduzimos impostos, como os dos combustíveis, do botijão de gás de cozinha e de importantes gêneros alimentícios, como do arroz e do feijão. O Rio também foi o primeiro a fiscalizar e garantir que a redução do ICMS dos combustíveis refletisse em menor preço nas bombas dos postos do estado. Para o futuro, seguiremos dialogando ainda mais com o governo federal para rever os repasses para os estados que mais arrecadam (como é o caso do Rio). Vamos criar uma política para gerar mais de 1 milhão de postos de trabalho, pois acredito que a maior política social é o emprego.
Marcelo Freixo: o Estado do Rio de Janeiro vive uma crise econômica que é resultado de uma crise política muito grave. São cinco ex-governadores presos. A corrupção, a violência e a falta de autoridade do governo geram uma instabilidade muito grande, o que afasta investidores, provocando mais desemprego. Então o primeiro passo é moralizar o Rio de Janeiro, combatendo a corrupção e ficando do lado das pessoas de bem que querem trabalhar e prosperar. Vamos fortalecer a indústria recuperando os empregos perdidos, principalmente através do setor de petróleo e gás. Faremos isso em parceria com o governo federal e a iniciativa privada. Vamos fortalecer os micros e pequenos empreendedores, que são os que mais geram empregos e riquezas para o nosso Estado, criando as Casas do Empreendedor. Elas vão dar todo auxílio para as pessoas abrirem seus negócios, terem acesso a linhas de crédito, qualificarem cada vez mais seus produtos e serviços e poderem fazer cursos para progredirem. O mercado de turismo tem um potencial enorme, mas enfrenta décadas de abandono, com falta de políticas públicas que garantam um fluxo de visitantes o ano inteiro. O Rio de Janeiro é uma terra de famílias trabalhadoras, que vencem todos os dias dificuldades para seguir em frente. Nosso governo será um parceiro dessas pessoas.
Rodrigo Neves: o Rio de Janeiro vive a mais grave crise econômica e social da sua história. Aproximadamente 400 mil cariocas e fluminenses perderam seus empregos nos últimos anos. O Rio perdeu 30% de presença no PIB brasileiro nas últimas décadas. O governo do Estado recebeu bilhões com a venda da Cedae e, mais uma vez, não está aproveitando os recursos para mudanças estruturais. Em breve teremos um novo ciclo da indústria do petróleo: pelos próximos 10 anos voltaremos a receber vultosos recursos dos royalties, e é preciso que o próximo governador esteja preparado para interromper o modelo atual de dependência econômica do dinheiro dos royalties. Vamos investir na independência da nossa indústria do petróleo para sermos autônomos, pois do jeito como é hoje, quando o preço do barril do petróleo despencou, há alguns anos, o Rio de Janeiro faliu. Em Niterói, quando eu era prefeito, criamos uma poupança dos royalties, para garantir recursos para as futuras gerações e para estimular a diversificação econômica na cidade. O governo do Estado não pode perder essa oportunidade do novo ciclo do petróleo. Em nosso governo vamos reconstruir nosso estado. Fiz isso em Niterói, quando assumi a cidade com cerca de R$ 1 bilhão em dívidas e entreguei para meu sucessor com aproximadamente R$ 1,5 bilhão em caixa.
As matrizes energéticas são fundamentais para a economia de qualquer lugar do mundo. Como o senhor pensa em conduzir esse tema para o Estado do Rio? Exemplifique!
Claudio Castro: o Rio de Janeiro tem vocação para se tornar um grande polo gerador de energia e referência na transição energética do país para uma matriz mais diversificada e limpa. A usina termelétrica GNA I, movida a gás natural, entrou em operação ano passado, no Porto do Açu, e contribuirá para a segurança energética do Sistema Interligado Nacional. Junto com a GNA II, que está em construção, formará o maior parque térmico da América Latina. Há investimentos programados para o Polo GasLub, em Itaboraí. Temos planos e parcerias com empresas importantes do setor. Estamos avançando.
Marcelo Freixo: o Rio de Janeiro produz 80% do petróleo do país, mas refina apenas 11%. A indústria naval, que está diretamente ligada ao setor de óleo e gás, perdeu 150 mil empregos nos últimos anos. Nós vamos recuperar esses postos de trabalho em parceria com o governo federal e a iniciativa privada, para trazer desenvolvimento para nosso Estado. O preço do barril de petróleo está subindo e nós temos uma oportunidade que nós não podemos desperdiçar mais uma vez. Vamos investir em qualificação para que nossos trabalhadores possam ocupar esses empregos. Vamos fortalecer o setor de petróleo e ao mesmo tempo ampliar os investimentos em fontes de energia limpa, que tem um enorme potencial de crescimento em nosso Estado, através do mercado de carbono. Essa é uma tendência mundial que gera muita riqueza. Países como Alemanha e Noruega querem investir aqui, mas falta um projeto do governo do Estado para viabilizar esse crescimento.
Rodrigo Neves: o Rio produz mais de 80% do petróleo do país, mas só refina uma pequena parte disso, pouco mais de 10%. Precisamos colocar para funcionar a refinaria de Itaboraí e aproveitar o novo ciclo da indústria do óleo e gás para que o Rio se desenvolva estruturalmente, estimule o crescimento de outras indústrias e, principalmente, gere emprego e renda para nosso povo. Temos a indústria naval, que já empregou mais de 700 mil pessoas e perdeu mais da metade destes postos de trabalho. É um absurdo que 80% dos contratos da Petrobras na cadeia de produção de óleo e gás sejam celebrados fora do Rio ou mesmo fora do Brasil. Temos um polo metal-mecânico poderoso no Sul Fluminense, um polo metal-mecânico forte na região de Friburgo, mas eles não produzem para o setor de óleo e gás brasileiro, o que é um absurdo. Precisamos aproveitar melhor nossas potencialidades e desenvolver o nosso estado como um todo, gerando emprego e renda para nossa população.
Como o senhor entende hoje, a Política Fluminense de Segurança Pública, o que está dando certo e o que será modificado caso o senhor seja o próximo Governador?
Claudio Castro: a recuperação do estado passa pelo fortalecimento da segurança. Destinamos mais de R$ 700 milhões para as polícias, o que está refletindo em números positivos e registros de quedas históricas nos índices de criminalidade. Priorizamos salários, com pagamentos de gratificações, e investimos em estrutura, inteligência e pessoas. Fizemos a maior licitação de compra de câmeras corporais do país e o equipamento já começou a ser utilizado por PMs de 11 unidades em maio - estão em operação mais de 5 mil equipamentos nos uniformes de policiais militares, civis, de programas como o Segurança Presente, a Operação Lei Seca, entre outros. O estado também criou uma força-tarefa que já resultou na prisão de mais de 1.300 milicianos, dando prejuízo de R$ 2,5 bilhões aos criminosos. Já o Segurança Presente é uma realidade em 40 localidades de 21 municípios. O Bairro Presente, por sua vez, atua em mais de 30 localidades. Estamos adquirindo mais veículos blindados com nível 3 e recuperando 25 delegacias e 55 batalhões. Tudo visando dar mais paz para o povo fluminense.
Marcelo Freixo: a Segurança Pública tem dois braços. Um braço policial e um braço social. Ao contrário do que ocorre hoje, nós vamos usar os dois braços. Teremos uma polícia forte, bem treinada e bem equipada para botar bandido na cadeia através de operações planejadas e eficientes. E teremos ação social com projetos de educação, cultura e esporte para que nossa garotada tenha mais oportunidades. O interior do Rio de Janeiro enfrenta há décadas, o abandono do governo tanto na parte do investimento na polícia, quanto na falta de ações sociais e preventivas. Vamos enfrentar o crime para que as famílias possam ter paz para viver e prosperar.
Rodrigo Neves: a política de segurança é uma tragédia. Temos que acabar com a política de tiro na cabecinha estimulada pelo governo Wilson Witzel e Claudio Castro. E não vamos passar a mão na cabeça de bandido. O que o Rio precisa é da volta da segurança de forma inteligente e planejada. Focar no policiamento do asfalto, nos bairros e nas regiões comerciais, e trabalhar com ações integradas. Vamos devolver a segurança para a população. A Secretaria de Segurança foi extinta e o Rio de Janeiro ficou sem um órgão para dialogar com as demais forças policiais, como a Polícia Federal e as forças armadas, por exemplo. O Estado precisa entrar nas comunidades com Educação, Saúde, Cultura, infraestrutura de saneamento e abastecimento, e não atirando com fuzil, como o atual governador defende, matando inocentes e provocando as maiores chacinas da história. Vamos resgatar o futuro dos nossos jovens.
As mulheres conquistaram importantes espaços nas últimas décadas, mas ainda necessitam de muitas vitórias. Como o Estado irá caminhar nesse tema em seu eventual governo?
Claudio Castro: as mulheres são fundamentais para recuperação do nosso estado. Por isso, assinei uma carta compromisso me comprometendo a criar uma secretaria de políticas para mulheres e de enfrentamento à violência contra a mulher, entre 22 metas. Temos ainda o projeto Mulheres Apoiando a Educação (M.A.E.), que vem transformando a vida de mães que estavam desempregadas e têm ajudado a reduzir a evasão escolar, causada pela pandemia. A iniciativa conta hoje com 5.500 mães e 1.177 assistentes sociais, que estão ajudando no resgate dos nossos alunos. Estamos, ainda, ampliando as Delegacias de Mulheres.
Marcelo Freixo: nosso governo vai combater a violência com vigor e apoiar as milhões de mulheres de trabalhadoras, boa parte delas mães solteiras e arrimos de família, com programas específicos de atenção à saúde, promoção do empreendedorismo, com editais e linhas de apoio, com foco especial nelas, desconto no bilhete único para mulheres pobres. Vamos aumentar as vagas em creches em parceria com municípios criando uma linha de financiamento com prefeitos. As mulheres terão protagonismo no nosso governo, que vai dar exemplo na promoção da igualdade e dignidade.
Rodrigo Neves: no meu governo as mulheres do estado do Rio de Janeiro terão um governador atento às demandas e dedicado à implementação de políticas públicas voltadas para elas. Já assumi o compromisso de ter pelo menos 50% das secretarias estaduais ocupadas por mulheres, o que dará ao governo uma visão melhor sobre como conduzir a reconstrução do nosso estado. A experiência que eu tenho é bem sucedida: nos oito anos da minha gestão como prefeito de Niterói, as mulheres controlaram a maior parte do orçamento municipal, ocupando secretarias importantes e estratégicas para fazer o dinheiro da cidade render bons frutos para a população. As mulheres atuam de forma exemplar e por isso dou muita atenção às contribuições delas. As mulheres fazem a diferença quando tomam à frente das tarefas, seja na gestão pública, na administração de empresas, no empreendedorismo, na condução de projetos, na proposição de ideias ou em qualquer planejamento onde coloquem as mãos.
Como o senhor defini a importância da Liberdade de Imprensa?
Claudio Castro: sagrada. Liberdade de imprensa significa a garantia da democracia, da liberdade de expressão, de transparência, de cidadania plena para todos. Questionamentos e manifestações contrárias, sempre são salutares e devem ser aceitos e tolerados.
Marcelo Freixo: a liberdade de imprensa é fundamental para a democracia, desenvolvimento social e garantida nos países mais desenvolvidos do mundo. As críticas fazem parte do convívio democrático e cabe aos governantes ouvi-las. O que não faz parte é presidente da República mandar jornalista calar a boca. Mas este pesadelo vai acabar em outubro com a eleição do presidente Lula.
Rodrigo Neves: sem Liberdade de imprensa, não há democracia. Sem o trabalho da imprensa não teríamos chegado à redemocratização do Brasil. Em 7 de junho de 1977, quando vigorava o Ato Institucional Nº 5, três mil jornalistas brasileiros assinaram um manifesto exigindo o fim da censura e liberdade para a imprensa trabalhar, e assim nasceu o Dia da Liberdade de Imprensa. Já se passaram 45 anos desta data, e ainda testemunhamos diariamente ameaças a jornalistas em nosso país, vindas diretamente do poder central. Se não adotarmos o caminho da verdade, sem fake News e sem amarras ideológicas, poderemos voltar meio século na História.
DROGAS
Como devem agir as forças de segurança Pública no combate aos traficantes?
O senhor é a favor ou contra a uma eventual permissão legal ao consumo de drogas? Explique!
Claudio Castro: no meu governo, as drogas são tratadas como devem ser: com tolerância zero. Elas são um mal que deteriora a sociedade por dentro, devasta a vida de nossos jovens e de suas famílias e ainda financia o crime organizado. É um problema gravíssimo, que precisa ser atacado em diversas frentes, e uma delas é combater o braço armado do tráfico. Tem até candidatura que defende as drogas. Essa, definitivamente, não é a minha.
Marcelo Freixo: nós teremos uma polícia valorizada, bem treinada e bem equipada para botar bandido na cadeia. O tráfico de drogas tem que ser enfrentado de forma eficiente, com operações policiais planejadas e atacando o poder econômico do tráfico, com inteligência. Para o combate ao tráfico de drogas ser eficaz também é preciso combater o tráfico de armas, para impedir que armamento pesado chegue na mão do bandido. Eu fiz a CPI do Combate ao Tráfico de Armas. E temos medidas concretas para enfrentar o poder do crime. Eu tive um irmão assassinado por denunciar bandidos, por fazer a coisa certa. Eu sei o que as famílias alvo da violência enfrentam, por isso combater o crime de forma eficiente será prioridade. Eu sou contra qualquer tema que divida ainda mais os brasileiros. Nosso foco será trabalhar pelo que nos une, que é resolver os problemas concretos das pessoas. Nosso governo vai gerar emprego, ajudar as famílias a prosperarem, recuperar o tempo perdido pela garotada que ficou dois anos sem aulas por causa das pandemias. Isso é o que cabe ao governador, cuidar do bem comum.
Rodrigo Neves: Para retomar os territórios dominados pelo tráfico e pelas milícias é preciso policiar as fronteiras, as estradas, os aeroportos e o litoral. O Rio de Janeiro não produz armas e drogas, portanto é preciso sufocar a renda das organizações criminosas, interrompendo o abastecimento e investigando a lavagem de dinheiro do tráfico. O governo do Witzel e do Claudio Castro passou quatro anos ausente das comunidades, ausente das regiões onde há tráfico de drogas, apenas ordenando ações que promoveram as maiores chacinas da história do Rio de Janeiro. Em meu governo vamos investir em Inteligência Policial, estrutura e equipamentos que auxiliem as polícias Civil e Militar no combate ao crime. Em Niterói criei o Centro Integrado de Segurança Pública, que monitora todas as entradas da cidade, além das principais vias. Financiei o policiamento de proximidade, levando segurança para as ruas dos bairros e das regiões comerciais. Juntamos a isso um planejamento estratégico de ações, e assim reduzimos em 80% a criminalidade em Niterói. Vamos fazer o mesmo em todas as regiões do estado, atuando de forma inteligente com a Polícia Civil e a Polícia Militar e apoiando as prefeituras no planejamento de ações de Segurança. Por outro lado, é preciso também investir em Educação, retomando os CIEPs para que a nossa juventude tenha oportunidade de Ensino Técnico e Profissionalizante para construir sua trajetória e um futuro melhor. É preciso levar Lazer, Esporte e Cultura para os lugares onde os jovens não têm ocupação e oportunidade de aprender algo produtivo. Um jovem que empunha um instrumento musical, dificilmente vai segurar uma arma na vida. Se esta pergunta pretende debater especificamente a liberação da maconha, digo de antemão que sou contra, porque atualmente o Brasil não tem condição para regulamentar e fiscalizar o comércio e o consumo, o que seria absolutamente necessário em caso de liberação. Mas a questão vai além: como o atual governo do estado não tem cumprido seu papel no atendimento aos usuários de drogas, vemos cada vez mais nas ruas pessoas em situação de desequilíbrio psicológico por uso de drogas, especialmente o crack. Vamos ampliar e melhorar o atendimento social e psicossocial para pessoas dependentes de drogas, inclusive as liberadas como o álcool, para que estes males não destruam mais o futuro do povo carioca e fluminense.
O Turismo no Interior (são ao menos 12 polos) já deu mostras de força na economia do Estado. Como o senhor pensa em incentivar o setor?
Claudio Castro: o Estado do Rio tem um enorme potencial turístico, em especial no interior. Dar continuidade aos investimentos na infraestrutura logística nas cidades turísticas é uma das nossas metas. O programa Turismo Presente já investiu R$ 60 milhões em sinalização e informações dos potenciais turísticos regionais. Promovemos o estado em feiras e eventos de âmbito nacional e internacional, recuperamos grandes eventos como a StockCar e a Copa Davis, de Tênis, e fizemos o maior evento de turismo do Rio de Janeiro, o ExpoRio Turismo. Exemplos de ações que estão dando certo como mostram os números: antes da pandemia da Covid-19, o Estado do Rio recebia quase 2 milhões de turistas por ano. O Brasil recebia 6 milhões. No ano passado até abril de 2022, a hotelaria teve a maior taxa de ocupação, batendo 85%, comparado com 2019, antes da pandemia.
Marcelo Freixo: o turismo tem um potencial enorme, mas é pouco aproveitado porque as políticas públicas estão mais voltadas para a capital. Nós vamos fortalecer o mercado de turismo em todo o Estado e fazer com que ele seja um instrumento para alavancar a economia do interior. A região centro-sul fluminense, por exemplo, pode se beneficiar de sua condição climática e potencializar o turismo histórico-cultural e ambiental. O governo do Estado tem que assumir o papel de articulador das políticas públicas para o turismo através do Plano Diretor de Turismo. O primeiro ato será criar o Programa Estadual de Microcrédito para o Turismo, fortalecendo financeiramente todo setor. Também vamos investir na qualificação dos trabalhadores para criar mais oportunidades de trabalho e gerar renda no comércio, bares, restaurantes e setor hoteleiro. Além disso, é fundamental garantir segurança no interior por meio da ampliação do policiamento através do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur).
Rodrigo Neves: por vocação, o turismo é uma das mais importantes alavancas da economia do estado do Rio de Janeiro. Vamos estimular o turismo rural, o turismo de aventura, o turismo de eventos, o ecoturismo, as potencialidades do nosso belo litoral e o turismo gastronômico a partir de ações que incentivem e apoiem as cidades no desenvolvimento de projetos focados no turismo, lazer e entretenimento. Também vamos trabalhar no desenvolvimento da infraestrutura local, que é um fator importante na decisão das famílias sobre o destino turístico: uma cidade interiorana que tem boas estradas, bom abastecimento de energia e água, natureza preservada, boas opções de estadia, serviços de excelência em hospedagem e alimentação, por exemplo, atrai mais turistas locais, da capital e de cidades vizinhas, e também turistas de outros estados e de outras nacionalidades. A Educação também é preponderante na formação de mão-de-obra para atender a este mercado: o nosso estado precisa de escolas técnicas profissionalizantes que formem trabalhadores em profissões voltadas também a este setor. E quanto mais turismo movimentarmos, mais empregos e mais renda haverá nas cidades. Tudo isso está no nosso programa de governo para começar logo em janeiro de 2023 e seguir pelos próximos quatro, oito, vinte anos.
Quem o senhor espera que seja o próximo presidente do Brasil e por que?
Claudio Castro: sou um grande apoiador do presidente Bolsonaro, mas quero focar na eleição do Rio. Quando tiver um problema de segurança pública quem vai ter que resolver é o governador, não o presidente.
Marcelo Freixo: o próximo presidente do Brasil será o presidente Lula. Esse é o desejo de quem quer um país com emprego, salário decente, comida na mesa, mais oportunidades para as famílias prosperarem e respeito. Não dá para ter um presidente que debocha das mortes na pandemia, que não respeita as mulheres e vive espalhando mentira. O Brasil quer um presidente que trabalhe pelo bem comum. Fico muito feliz por caminhar ao lado de Lula e juntos nós vamos botar o Rio de Janeiro e o Brasil de pé.
Rodrigo Neves: o candidato do meu partido, o PDT, é Ciro Gomes, e eu espero que ele seja o nosso próximo presidente. Mas respeitarei quem for eleito e trabalharei para que a relação institucional entre o estado do Rio de Janeiro e o Governo Federal seja de muita cooperação e ações conjuntas. Da mesma forma eu me empenharei como governador para colaborar e trabalhar junto com todos os prefeitos dos 92 municípios do nosso estado, sem olhar partido ou ideologia. A população do estado do Rio de Janeiro merece um governador que trabalhe para todos, e assim eu trabalharei.
... Pensamento final...
Claudio Castro: eu quero continuar à frente dessa gestão para que os bons projetos que estão funcionando hoje não parem e o Rio de Janeiro continue na rota de desenvolvimento. Daqui a quatro anos, gostaria de ser reconhecido como o homem que colocou o estado nos trilhos e trabalhou incansavelmente, superando uma das piores recessões da história do país. Alguém que reergueu a economia, gerou empregos, valorizou e deu dignidade para o seu povo.
Marcelo Freixo: quero agradecer à Revista Acontece Interior por abrir este precioso espaço para a gente poder falar sobre nossos projetos, nossas ideias para o Estado do Rio de Janeiro. Meu pai, seu Aroudo, um homem simples que começou a trabalhar com oito anos, me ensinou que a autoridade é filha do exemplo. Eu aprendi em casa o valor do trabalho e da honestidade. Meu pai saiu de São Fidélis para São Gonçalo em busca de uma vida melhor. Conheceu minha mãe, dona Alenice, e construiu uma família linda com muito esforço. Ele batalhou e prosperou. Eu quero que o Rio de Janeiro volte a ser a terra onde quem trabalha duro e de forma honesta prospera e vence na vida. Eu quero que todos os pais e todas as mães do nosso Estado imaginem o futuro de seus filhos e sintam esperança, não medo. Eu comecei a trabalhar com 15 anos, entregando folheto na rua. Depois trabalhei num banco e fui funcionário de uma escola. Batalhei muito e consegui realizar o sonho de ser professor, com mais de 20 anos de sala de aula. Eu venho de uma família que sabe o valor do trabalho. É isso que nós vamos levar para o governo do nosso Estado. Por isso peço o voto de confiança das famílias do Rio de Janeiro.
Rodrigo Neves: o estado do Rio de Janeiro vive a pior crise da sua história e tem pela frente o maior desafio de governança do Brasil. A necessidade de mudança é urgente, mas é preciso saber governar, com planejamento, trabalho sério e políticas sociais que transformem o estado e proporcionem mais qualidade de vida para o povo. Há solução para o nosso estado, mas para avançar é preciso boa gestão, transparência e compromisso com o povo. Vamos fazer isso no Governo do Estado, para o Rio de Janeiro voltar a ser o melhor lugar para viver, trabalhar e ser feliz.
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