VOLTA REDONDA, RJ – Aprovada na Alerj a Lei de Controle do Pó Preto da CSN
O Projeto de Lei do deputado estadual Jari Oliveira, elaborado em parceria com os deputados Carlos Minc e Marina, que determina a inclusão do parâmetro de Poeira Sedimentável (PS), nos serviços de monitoramento da qualidade do ar no Estado do Rio de Janeiro, foi aprovado em primeira discussão na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
A proposta, aceita por unanimidade durante a sessão plenária da quarta-feira, dia 24 de abril, agora conta com a coautoria de mais nove deputados. “Este é um passo muito importante para combater a poluição em Volta Redonda. O PL retornará ao plenário em segunda discussão e vamos trabalhar para sua aprovação. Espero contar mais uma vez com a parceria dos demais deputados, que demonstraram entender a importância da proposta”, afirmou Jari.
A inclusão do ‘pó preto’ como parâmetro para monitoramento da qualidade do ar pelas entidades ambientais competentes no estado, estabelecendo a concentração máxima permitida, vai promover o retorno da fiscalização pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), das partículas sedimentáveis emitidas pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
“Como morador de Volta Redonda vivencio e recebo, através do meu gabinete, uma série de denúncias da população sobre as micropartículas de ferro encontradas na fumaça preta emitida pela CSN. E as emissões atmosféricas da Usina Presidente Vargas não são só responsáveis pela poluição do ar, mas também pelo comprometimento da saúde da população com aumento de casos de doenças respiratórias na cidade de Volta Redonda”, reforçou o deputado Jari de Oliveira.
ENTENDENDO O CASO: No ano passado, a dispersão de imensas quantidades de partículas de pó preto por todos os cantos da cidade de Volta Redonda, gerou revolta e diversos protestos da população da cidade. Lideranças políticas de correntes diversas, se mobilizaram e a pressão acabou levando o INEA, a fazer uma fiscalização na cidade e da CSN. O Instituto acabou multando a CSN em R$1 milhão.
REPERCUSSÃO NEGATIVA: Com o tamanho da repercussão negativa em 2023, a CSN, novamente divulgou um "pacote de ações" e prometeu combater o problema. Inclusive, no final de janeiro deste ano, em uma reunião no Hotel Bela Vista, a Diretora de Sustentabilidade da Siderúrgica, Helena Guerra, ao lado de outros diretores, falou em "reforma e troca de equipamentos da CSN". Mas, nesses primeiros quatro meses de 2024, não foi difícil registrar inúmeras reclamações de moradores de Volta Redonda, que tem suas casas completamente sujas pelo Pó Preto. A Equipe de Reportagem da Revista Acontece Interior, tem registros recentes ( fotos na galeria de fotos dessa reportagem) da emissão de "fumaça" escura e densa das "chaminés da CSN".
INFORMAÇÃO: "A Medição de Partículas de Pó Preto, havia sido excluída no passado, da Lei que rege as questões de poluição no Estado do Rio. Com esse Novo Projeto de Lei, do Deputado Jari, que “reinclui” essa Medição na Legislação Estadual, ações do setor siderúrgico para reverter essa fiscalização, serão agora dificultadas". Explicou à reportagem um especialista no tema.
ESTAÇÃO AUTOMÁTICA DE MONITORAMENTO DO AR: O deputado Jari, em consonância com o projeto, aprovou emenda impositiva no orçamento estadual deste ano, para aquisição e instalação, em Volta Redonda, de uma estação automática de monitoramento do ar. Assim, o poder público terá sua própria estação e não irá contar mais, somente com as informações da estação de propriedade da CSN.
“O objetivo é viabilizar o monitoramento das partículas sedimentadas (pó preto) na cidade, permitindo a avaliação da qualidade do ar. Assim, o INEA passaria a ter informações on-line do nível de poluição para tomar as ações necessárias e imediatas para inibir as fontes poluidoras”, disse Jari.
NOTA: As Revista Acontece Interior e Revista Acontece Interior Digital, estão sempre dispostas a ouvir o contraditório. revistaai.jornalismo@gmail.com
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