RIO DE JANEIRO, RJ Vasco da Gama é vítima de preconceito
A Audiência Pública, presidida pelo deputado estadual Carlinhos BNH, realizada nesta segunda-feira, dia 22, na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), conclui que o Vasco da Gama e sua comunidade, “estão sendo vítimas de decisão abusiva e preconceituosa.”
Não houve a presença ao encontro de representantes do Ministério Público, autor da ação que culminou na interdição judicial do estádio de São Januário. O Vasco está sendo punido nas esferas esportiva, social e econômica.
Para a presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), Renata Mansur, “não é competência da justiça comum julgar a questão, e a interdição de São Januário trouxe consequências muito graves para o Vasco e comunidade do entorno. Decisão judicial é para ser cumprida, desde que seja da justiça competente”, pontuou.
Na mesma direção, a Polícia Militar informou não haver restrições para a realização de jogos no estádio de São Januário.
“Conforme laudo de segurança emitido no início do ano, a Polícia Militar tem condições de fazer a segurança na área interna e externa de São Januário e outros estádios”, declarou o comandante do Batalhão Especializado em Policiamento em Estádios (BEPE), tenente-coronel Ferreira.
De acordo com representantes do Vasco da Gama presentes à audiência pública, uma reunião será realizada ainda nesta semana com o procurador-geral de Justiça, para discutir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), visando a reabertura de São Januário.
Dentre as medidas já em curso pelo Vasco estão a instalação de novas catracas e câmeras de alta definição dentro e fora do estádio.
“A interdição deixa o campeonato maculado no âmbito desportivo porque um clube está em desvantagem diante dos outros 19 que jogam em seus estádios”, protestou o vice-presidente do Vasco, Carlos Osório.
Ele convidou deputados presentes na Audiência, a participarem da reunião com o MP e posterior jogo de abertura do estádio.
O presidente da Comissão de Esporte e Lazer da Alerj, deputado Carlinhos BNH, informou que o relatório da audiência pública será encaminhado ao procurador-geral de Justiça para colaborar com sugestões visando a desinterdição de São Januário.
O local está fechado para o público desde junho, quando na partida contra o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro, torcedores do Vasco atiraram rojões, quebraram estruturas e entraram em confronto com a polícia.
“Vamos acompanhar de perto essa situação do Vasco. Todos os deputados estão ao lado do clube e da comunidade da Barreira do Vasco para corrigir essa injustiça que está sendo feita”, disse o parlamentar Carlinhos BNH.
“Quando se pune o clube, pune famílias que ficam sem alimentos por não poderem trabalhar nos dias de jogos. A justiça está falindo a economia local. Não pode penalizar o Vasco e trabalhadores por atos isolados de vândalos”, alertou o deputado Filippe Poubel (PL).
O presidente da Comissão de Educação e de Combate à Desordem Pública, Alan Lopes (PL), a deputada Martha Rocha (PDT) e o deputado Tande Vieira foram ainda mais incisivos nas críticas ao Ministério Público.
“Onde eles estavam quando vistoriamos o Maracanã e encontramos uma série de irregularidades? Não vi o MP interferir nisso”, lembrou Alan.
“Acompanhamos brigas envolvendo outras torcidas e não houve nenhuma medida como a que foi imposta ao Vasco”, pontou Martha.
“É um caso claro de dois pesos e duas medidas, uma decisão preconceituosa e com viés clubista. Nada justifica o que está acontecendo com o Vasco. Somente em 2023, tivemos nove mortes envolvendo estádios no país. Só São Januário está interditado. Tivemos confusões no show do Alok, o MP vai proibir shows em Copacabana?”, destacou Tande Vieira.
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